Publicado em 16/10/2017 às 12:30, Atualizado em 16/10/2017 às 11:18

Beira-Mar lavou mais de R$ 8,5 milhões na fronteira com Paraguai, diz MPF

Esquema operado por doleiros na fronteira envolvia criminosos de todo Brasil.

Redação,
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Divulgação

Um esquema operado por doleiros na fronteira com o Paraguai lavou cerca de R$ 8,5 bilhões oriundos de crimes praticados e comandados pelo narcotraficante Luís Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar.

A informação é do procurador da República João Vicente Beraldo Romão, que denunciou 34 pessoas envolvidas no esquema no âmbito da Operação Hammer-on. A investigação apura crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e contra o sistema financeiro.

Os crimes não envolvem apenas Beira-Mar. Segundo Romão, os doleiros envolvidos no esquema operavam para clientes do Brasil todo, lavando dinheiro de investigados em diferentes operações da Polícia Federal.

Os doleiros possuíam escritórios em Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, e faziam o câmbio de valores com agências do Paraguai. “O objetivo final do valor movimentado era a remessa ilegal ao exterior”, disse o procurador.

“O esquema se configura quando o operador realiza a compensação entre valores que recebe no Brasil e seus valores que possui no exterior, sem que haja a transgressão de fronteiras físicas e sem qualquer vinculação aparente entre as operações financeiras nacionais e internacionais”, explica Romão.

Beira-Mar

Os esquemas financeiros de Beira-Mar foram descobertos em 2011, quando ele era interno do presídio federal de Campo Grande. Na época, policiais encontraram pedaços de papel com ordens manuscritas pelo traficante.

A partir de então, durante a Operação Scriptus, policiais federais descobriram como o chefe do crime organizava esquemas de tráfico de drogas e armas e lavava o dinheiro ganho. Só em uma conta no exterior atribuída a Beira-Mar, haviam R$ 20 milhões.

Em 2008, Beira-Mar foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 29 anos de prisão. Atualmente, ele está interno no presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Reprodução site Midiamax