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30/08/2016 às 07:29, Atualizado em 29/08/2016 às 20:16

Justiça parcela o Estádio Teixeirão em 30 meses

Em 143 ações trabalhistas julgadas, dívida do clube chega a R$ 6,8 milhões

A Justiça do Trabalho tenta, pela quarta vez, vender o Teixeirão, com o objetivo de quitar as 143 ações trabalhistas já julgadas contra o América e que totalizam R$ 6,8 milhões. Avaliado judicialmente em R$ 35 milhões, é possível que o estádio seja comprado por até 21 milhões (60% da reavaliação). O valor pode ser parcelado em 30 meses. Os interessados tem até as 14 horas do dia 5 de setembro para apresentar propostas.

Depois de dois leilões e sem nenhum lance ofertado, a juíza títular da Vara do Trabalho de Rio Preto, Daniela Renata Ferreira Borges, em seu novo despacho, designou a venda direta. O corretor Rodrigo Rigolon, leiloeiro cadastrado junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), já está autorizado a oferecer o estádio a possíveis compradores.

Apesar da crise financeira no país, Rigolon está animado com o prazo de quase 60 dias para conquistar um comprador. O parcelamento também anima o corretor. "O alto valor do imóvel exige mais tempo para negociá-lo, mas o prazo e o parcelamento ajudam. O interessado, nesse caso, terá tempo para estudar a área, sua destinação e o mercado", comentou Rigolon. "Estamos conversando com grupos interessados, desde o último leilão (em junho). E também contatando outros empresários."

Essa será a segunda tentetiva de venda direta. Em dezembro de 2015, sob os trabalhos do corretor de imóveis Adílio Gregório Pereira, ocorreu o mesmo procedimento, mas sem sucesso. Na ocasião, o Teixeirão estava avaliado em R$ 41 milhões e não havia autorização de parcelamento. "Essa possibilidade em pagar o imóvel em até 30 meses também é interessante", comemorou Rigolon. O comprador deverá arcar com a comissão do vendedor, fixada em 5%.

No despacho, a juíza Daniela também mandou abrir as portas do estádio aos interessados. "Fica, desde já, autorizada a visitação do imóvel pelos interessados, desde que acompanhados pelo corretor ou por quem for por ele indicado. É vedado ao(s) depositário(s), criar embaraços à visitação do bem sob sua guarda, sob pena de ofensa, ficando desde logo autorizado o uso de força policial, caso a providência se mostre necessária", escreve a juíza.

Em junho deste ano, às véspera do leilão, ela já havia publicado decisão de que "havendo arrematante, a venda judicial ocorrerá livre de quaisquer ônus, podendo este dar ao imóvel o fim que desejar, incluindo eventual demolição da construção ali existente".

O despacho derruba a lei municipal do ex-vereador e conselheiro do clube, Dourival Lemes, que destina o Teixeirão apenas para fins esportivos. O presidente do América, José Carlos Pereira Neto, o Zé Branco, disse apenas que respeita a decisão judicial. Renato Custódio da Silva, advogado do América na ação, disse que ainda não tomou ciência do processo. "Vou me inteirar e ver o que poderá ser feito", disse o advogado.

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