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17/09/2017 às 16:00, Atualizado em 17/09/2017 às 15:57

Google pode encarar ação coletiva por discriminação de gênero

Três ex-funcionárias alegam ter recebido salários e bônus inferiores aos seus colegas homens, mesmo possuindo formação e experiências semelhantes.

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Divulgação

O Google é alvo de um novo processo que alega discriminação de gênero dentro da companhia. Três ex-funcionárias afirmam que recebiam menos que colegas homens, mesmo possuindo formação e experiência profissional semelhantes e que a elas foram negadas oportunidades para promoções. O processo tem ainda chances de se tornar uma ação coletiva, cobrindo todas as mulheres que já trabalharam no Google nós últimos quatro anos.

"O Google tem discriminado e continua a discriminar suas funcionárias ao pagá-las, sistematicamente, menos que paga aos seus funcionários homens que realizam trabalho, substancialmente, similar sob condições similares", diz o processo.

Em comunicado enviado ao site The Verge, o Google nega as alegações e diz que possui sistemas extensivos para assegurar um pagamento justo. Gina Scigliano, gerente de comunicações da gigante de Cupertino, diz que a companhia irá revisar o processo em detalhe, mas que discorda das "alegações centrais".

Kelly Ellis, Holly Pease e Kelli Wisuri são as três ex-funcionárias do Google que assinam o processo. Elas, que deixaram a companhia há cerca de três anos, afirmam que foram colocadas em posições inferiores a seus colegas homens e receberam salários e bônus menores. As três dizem possuir formação e experiências semelhantes aos seus colegas e exigem, além de perdas e danos referentes à discriminação no ambiente de trabalho, para que o Google seja forçado a corrigir suas práticas de contratação alegadamente discriminatórias.

Vale lembrar que este não é o primeiro processo com base em discriminação de gênero que mira o Google. O Departamento do Trabalho nos Estados Unidos está atualmente investigando as práticas de contratação da companhia e, no início deste ano, em tribunal testemunhou que encontrou "disparidades sistêmicas na compensação contra mulheres em, praticamente, toda a força de trabalho".

Para James Finberg, advogado que representa as ex-funcionárias, o processo deve conseguir ganhar o status de ação coletiva e cobrir todas as mulheres que já trabalharam no Google nos últimos quatro anos. Ele cita as evidências estatísticas do próprio Departamento do Trabalho e outras coletadas pelo The New York Times recentemente. O jornal publicou dados compilados sobre salários de cerca de 1.200 funcionários da companhia, mostrando disparidades tanto em salários e bônus.

O escritório de advocacia de Finberg, Altshuler Berzon, foca em casos que lidam com "justiça econômica". Segundo ele, a ação começou, depois que a empresa convocou pessoas a compartilharem histórias sobre discriminação dentro do Google. Nove pessoas responderam, segundo ele, incluindo as três mulheres listadas no processo.

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