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14/07/2017 às 16:30, Atualizado em 14/07/2017 às 14:47

A vez dos garotos: como o Vasco se prepara para ter mais de 50% do elenco vindo da base

Na sequência de Douglas, clube trabalha com cuidado grupo de atletas e planeja ter mais da metade do elenco profissional composto por pratas da casa.

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Reprodução GloboEsporte

A goleada sobre o Vitória fora de casa, tecida principalmente com garotos revelados na base, aumentou o ânimo do Vasco. Em São Januário, a empolgação é grande com o trabalho feito com uma geração considerada muito promissora, que já rendeu os primeiros milhões de euros com a venda de Douglas ao Manchester City. A expectativa é de que outros meninos sigam os passos do volante, consigam se firmar no time titular e, depois, rendam dinheiro aos cofres cruz-maltinos.

A famosa geração de meninos nascidos em 1998 inclui nomes como Alan, Mateus Vital, Evander, João Pedro e Andrey, mas ganhou reforços, como Ricardo e Bruno Cosendey, que estão no último ano de juniores, e de Paulo Vitor e Paulinho, o caçula, que completa 17 anos neste sábado.

Todos vêm sendo tratados com atenção. Eles estão incluídos no projeto Promove, um trabalho de integração para ajudar na adaptação dos garotos ao elenco profissional. O objetivo é ter, no mínimo, metade do plantel formado por crias de São Januário.

- Acreditamos que o número ideal é superior aos 50%. Sabemos, porém, que isso é um processo. O trabalho de reconstrução tem apenas dois anos, mas os resultados já podem ser vistos. Estamos plantando a semente, tudo começa lá no futsal, com as crianças, idade que muitos que hoje estão se destacando chegaram. O futuro reserva coisas boas para o Vasco - disse Álvaro Miranda, diretor das categorias de base do Vasco.

No ano passado, por exemplo, o Vasco inaugurou o Caprres Base, uma versão do centro de saúde voltada para as promessas do clube. Recentemente, o gerente científico Alex Evangelista assumiu a coordenação, de forma a integrar os principais nomes da base.

- O Cappres Base segue a metodologia do profissional, respeitando as diferenças de idade, de maturação etc. Mas desde 2015 há um intercâmbio. Estes meninos estão em momento transitório, mas treinando no profissional e jogando se tornam muito mais fortes na base, pela experiência adquirida. O Milton Mendes tem papel fundamental – disse Evangelista.

Milton e a garotada

De fato, desde que o treinador chegou, houve maior atenção à base. É comum ver Milton nos jogos do sub-20. Após a eliminação no Campeonato Carioca, deu-se início um processo de reformulação no elenco, e muitos garotos ganharam chances. Quem mais apareceu até agora foi Mateus Vital, titular em boa parte dos jogos do Brasileiro.

- Possuímos uma safra repleta de jogadores de grande qualidade individual e com passagem pela seleção brasileira. As comissões técnicas estão em contato constantemente e, sempre que possível, quase que toda semana, promovem treinos em conjuntos no campo anexo. Isso facilita a adaptação, faz com que o atleta não sinta tanta diferença quando for de fato promovido e, principalmente, oferece aos jogadores a oportunidade de serem observados de perto. Confiamos que o Vasco terá em breve um time forte e composto por jogadores completamente identificados com as cores do clube - completou Álvaro.

Na goleada sobre o Vitória, por exemplo, 12 dos 23 jogadores relacionados foram criados em São Januário. Destes, dez começaram no futsal do clube, principal fonte de captação na base - as exceções são Jomar e Jordi.

- As oportunidades estão vindo, atletas jovens aparecendo. A movimentação no plantel faz com que os que estão fora se preparem para agarrar as oportunidades. Alguns que estiveram em campo hoje provavelmente estarão em campo no domingo de novo - disse o treinador.

Amizade

Muitos destes garotos começaram ainda crianças no Vasco. A maioria mantém a amizade. Douglas, por exemplo, fez questão de acompanhar os amigos nos jogos do Carioca e da Copa do Brasil sub-20. Quando se despediu, fez um churrasco e convidou os garotos. Para o atacante Paulo Vitor, essa relação fora de campo faz a diferença.

- Todo mundo cresceu junto desde os sete anos de idade. Ficamos muito felizes por esse momento e por ver todo mundo no profissional. Isso para nós é uma emoção, uma gratificação muito grande.

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