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19/07/2017 às 08:00, Atualizado em 18/07/2017 às 21:40

Denúncia no MPE relaciona transferências de bombeiros a assédio sexual

Oficial garante que denúncia é inverídica e represália é inversa.

Denúncia de assédio sexual e perseguição em um quartel do Corpo de Bombeiros em Campo Grande chegou ao MPE (Ministério Público Estadual) no último dia 19 de junho. A informação delatada, de forma anônima, relaciona transferências de militares para outras unidades como forma de represália contra as vítimas.

O oficial e as vítimas terão as identidades preservadas até que um procedimento seja instaurado pelo MP, que após recebimento da denúncia tem o prazo de 30 dias para abertura da ação. Os quartéis envolvidos também não serão revelados.

Consta na denúncia que um oficial estaria usando o cargo para assediar bombeiras femininas do quartel com gracejos constantes, comentários sobre os corpos das militares e até convites para tomar vinho. Informa o documento, que quando o denunciado não tem os desejos atendidos, se irrita e pede a transferência dessas vítimas para outros quartéis, como represália.

A perseguição e prática de transferência, contra a vontade, seria de conhecimento de todos do quartel. A mudança forçada também não ocorre apenas com as mulheres, mas contra qualquer militar que ousa contrariá-lo.

Indagada sobre a situação, a assessoria de imprensa do quartel em questão confirmou duas recentes transferências, mas justificou a mudança de unidade pela necessidade de serviço, não por ligação com a denúncia. Ressaltou, ainda, que os militares transferidos possuem um curso específico e necessário para a unidade que os recebeu, não havendo nenhuma ilegalidade nos atos por parte do oficial.

Outro lado

Conforme a publicação, Midiamax procurou o oficial citado na denúncia, que ainda não foi acionado pelo MP e nega qualquer envolvimento com os fatos narrados. O oficial garante que a denúncia é inverídica e esclareceu que a situação de represália é inversa.

“Só neste ano fui denunciado outras quatro vezes, e nenhum dos casos foi comprovado, dessa vez não será diferente, mas é uma certa maldade, pois sabem da minha posição na corporação. Para me retaliar estão tentando afetar minha vida particular e minha condição de trabalho. Nunca saí ou me insinuei para nenhuma bombeira e todos as vezes que fiz algum convite eram dentro de festas do quartel. Vou esperar o desenrolar da denúncia de consciência limpa”, explicou.

As denúncias, anteriores, citadas pelo oficial não têm ligação com assédio sexual.

O oficial afirma não ter sido acionado pelo MP, mas no último dia 3 de julho, a Promotora de Justiça Thatiana Correa Pereira da Silva Façanha solicitou a listagem de todos os militares lotados no quartel envolvido.

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